I
Eu sou curador de almas, sou poeta e pensador
Dadorangústia que me assola
O Saber é meu amor
Sou médico do rebanho, do rebanho adoecido
Adoecido por ser rebanho
Do intelecto reprimido
Pelas ruas escuras eu passeio, passeio de alma a rigor
com bico, capa e cajado
Liberto o homem sofredor
Com Sophia sou casado, oratória minha filha
com cajado eu milagro
cura-dor que me angustia
De Asclépio eu sou filho, Trimegisto meu avô
Na esmeralda fui fundido
Com mercúrio em vapor
II
Na Prata sinto trevas, no Ouro o calor
No templo ouço sino
Na Alma um vetor
Em sonho vi a Pedra
A pedra sobre o céu
Sobre o céu não há matéria
Guardo a Pedra sob-véu
O Leão rugi imponente em matura maturar
Matura homem que labuta
Sobre si a lapidar
A gralha curandeira, grita a morte afastar
Thanátos recu-usado
Volátil erva medicar
III
Do fogo Heráclito trazia, o logos governar
Eterno-mundo já seguia
Em guerra transformar
Platão já tentaria, uma ideia me mostrar
Mas sua ideia eu não podia
Em vida vislumbrar
O Demiurgo era a fonte, do trabalho criativo
Os elementos na alma ele fundiu
Para um mundo objetivo
O Pléon indivisível por seu gêmeo é composto
E em cima ou embaixo se compara
Do átomo ao seu oposto
Minha Alma possuía, um metal a reluzir
o metal empurestado
para o Estado definir
IV
O Magistério já aguarda, por um homem preparado
pois o sábio interpela
o bezerro desgarrado
O magistério é a profissão, do sumo homem encontrado
é governante da razão,
sobre o sofista assustado
É ferreiro e joalheiro, medico e professor
transforma o impuro em rubedo
Em potência Imperador
Na natureza observa, a verdade bem velada
A tradição já nos falava
Da semelhança revelada
A alma é a motora, de um espírito emancipado
Mente criadora
Sobre o corpo acorrentado